Opa, boa citação. Claro que a ideia de nacionaldiade do Machado de Assis tem seu lugar no tempo, e não é exatamente o que eu busco também, mas acho que a comparação serve pra pensar o que não queremos em termos de se apropriar de temas "nacionais": nada dae coisas caricatas ou clichês. Acho que o que falo vai mais no estilo do movimento Manguebeat, que por si eu já acho uma atualização da antropofagia dos Tropicalistas e antes deles dos Modernistas de SP: é preciso comer o estrangeiro e misturar nossas referências de forma a colocar todas essas referências, daqui e de fora, em pé de igualdade, sem hierarquizar uma ou outra como maior ou mais relevante. Ser cosmopolita sem neglicengiar o que temos de único aqui, e sem baixar a cabeça ou achar que temas ou referências "regionais" são menores, mas sem aquele tradicionalismo bairrisca também comum de que busca um "purismo" das referências locais. E atualziando para hoje, essa antropofagia pode ser não só no espaço geográfico (de comer o outro de um lugar distante), mas no tempo, do outro em outro espaço de tempo. Se se interessar, algumas dessas ideias vem do Manifesto da Arte Anacrônica, publicado em 2022 e o qual eu também assinei junto com outros artistas. Procura por Manifesto da Arte Anacrônica e Revista Anacronia que vais encontrar.