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"meu manifesto de que um jogo brasileiro pode abordar temas regionais sem ser necessariamente "regionalista" ou menos ainda tradicionalista."
Me lembrou um texto do Machado de Assis que li na faculdade. Não me lembro se era uma matéria de jornal, uma carta ou um manifesto, mas meio que criticava o movimento indianista no Brasil dizendo que não precisávamos nos vestir de índio para ser brasileiro, o que precisava era de ter um instinto de nacionalidade. Que da mesma forma que Romeu e Julieta, de Shakespeare, não deixava de ser um teatro inglês mesmo se passando na Itália, um texto brasileiro podia ter elementos de outras culturas e ainda ser nacional, desde que aborde temas que são nacionais.

(1 edit)

Opa, boa citação. Claro que a ideia de nacionaldiade do Machado de Assis tem seu lugar no tempo, e não é exatamente o que eu busco também, mas acho que a comparação serve pra pensar o que não queremos em termos de se apropriar de temas "nacionais": nada dae coisas caricatas ou clichês. Acho que o que falo vai mais no estilo do movimento Manguebeat, que por si eu já acho uma atualização da antropofagia dos Tropicalistas e antes deles dos Modernistas de SP: é preciso comer o estrangeiro e misturar nossas referências  de forma a colocar todas essas referências, daqui e de fora, em pé de igualdade, sem hierarquizar uma ou outra como maior ou mais relevante. Ser cosmopolita sem neglicengiar o que temos de único aqui, e sem baixar a cabeça ou achar que temas ou referências "regionais" são menores, mas sem aquele tradicionalismo bairrisca também comum de que busca um "purismo" das referências locais. E atualziando para hoje, essa antropofagia pode ser não só no espaço geográfico (de comer o outro de um lugar distante), mas no tempo, do outro em outro espaço de tempo. Se se interessar, algumas dessas ideias vem do Manifesto da Arte Anacrônica, publicado em 2022 e o qual eu também assinei junto com outros artistas. Procura por Manifesto da Arte Anacrônica e Revista Anacronia que vais encontrar.