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Essa é a minha resenha para NVDA.

(O final do ensino médio brasileiro em visual novel)

Estamos tão acostumados em ver o Japão em visual novels, que é refrescante encontrar uma ambientação brasileira para esse gênero. Com cenários e personagens familiares a qualquer brasileiro e um roteiro que se debruça sobre conflitos vivenciados por parte dos jovens que terminam o ensino médio, NVDA conta a história de Hugo, um estudante que sonha produzir um filme e encontra-se no dilema entre seguir o seu sonho de carreira na faculdade ou garantir uma estabilidade financeira.

Com essa proposta, o jogo tem um certo viés educativo em apresentar alguns conceitos sobre os trabalhos envolvendo a sétima arte. E embora esse conflito seja o fio narrativo do início ao fim do jogo, outros conflitos vivenciados tanto por Hugo quanto pelos seus amigos acabam se tornando tão relevantes quanto. Nisso, a narrativa acaba abarcando várias outras temáticas, incluindo uma bem delicada (que eu considero o ponto alto do jogo – e o próprio jogo a trata como a mais importante). Os companheiros de Hugo são cativantes (Heloísa é a minha preferida), e o roteiro consegue expressar muito bem a química de amigos do ensino médio, em nada lembrando aqueles estereótipos de personagens japoneses. A visual novel tem um primeiro ato bem morno e mais comprido, porém ganha importância e peso no segundo e terceiro, os quais eu joguei de uma vez só de tão interessantes que estavam.

O visual é bem autoral e expressa muito bem o cotidiano brasileiro, tanto no design de personagens quanto nos cenários de fundo, e é um aspecto que me fez se interessar pelo jogo antes mesmo de ler a sinopse.

Por outro lado, senti que poderia haver um pouco mais de variedade em alguns momentos, pois, embora a simplicidade do jogo funcione, certos trechos pedem por ilustrações ou mesmo uma faixa musical mais particular para gerar o impacto que o roteiro sugere. Também há um conflito na história que achei subaproveitado, ainda mais pela relevância dele na vida do protagonista a partir do segundo ato (que a história só vai recuperar lá no final). Outro detalhe negativo é a falta de slots de save, que permitiria ao jogador conhecer melhor as consequências de cada decisão, visto que há três finais possíveis. Também encontrei alguns probleminhas de revisão pelo caminho. Mas eu presumo que alguns desses problemas tenham sido por questões de orçamento e prazo, e talvez sejam incrementados em novas atualizações.

Apesar desses deslizes, NVDA mostra-se competente em sua proposta e oferece algumas surpresas ao jogador; e por isso eu recomendo a qualquer um que goste (ou não) de visual novel. Fica o meu desejo de ver mais jogos desse gênero apostarem nessa brasilidade para contar suas histórias.