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Lucas Pinheiro Silva

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A member registered Jul 23, 2015 · View creator page →

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Como muitas pessoas, não tive a oportunidade de jogar P.T. - um game que de tão inacessível é praticamente lost media para a maioria. Então meu parâmetro para Hyper P.T. é o que vi e ouvi falar do game, não minha experiência com ele. De certa forma, ao jogar o demake estou ao mesmo tempo pensando em como seria a experiência original e analisando como o jogo desconstrói e reconstrói essa experiência teórica num hardware muito mais antigo.

Esse tipo de raciocínio é interessante mas também não muito frutífero, eu diria. Em vez de fazer comparações com experiências teóricas que nunca tive e provavelmente não terei, é mais fácil ver Hyper P.T. como uma experiência por si só, ignorando por um segundo que ele tenta recriar um jogo anterior.

Nessa perspectiva, diria que Hyper P.T. é um jogo muito bem sucedido em utilizar as ferramentas de um Mac antigo (nesse caso, o HyperCard, espécie de PowerPoint ancião) para criar uma experiência de terror genuína. As limitações técnicas são até um benefício para o game, com o visual deixando a imaginação preencher lacunas e a falta de som com apenas beeps ocasionais dando um ar bem sombrio. Parece até um game saído direto de um creepypasta. Curto e macabro, excelente para o mês de halloween!

Fenomenal!

Divertoso.

Muito legal!

Este jogo me fez refletir sobre a diferença entre História e Memória. A História é uma tentativa de compreensão do passado. Seu compromisso não é com o que a memória individual ou coletiva se lembram dos eventos, mas (em tese) com como os eventos de fato ocorreram. A História é sempre socialmente construída e em constante diálogo.


A Memória, por outro lado, não quer compreender o passado: quer imortalizá-lo nas mentalidades. Seu objeto é sempre bem definido e limitado, sendo muito mais influenciada pela emoção do que pelas evidências.

A História não é de forma alguma perfeitamente objetiva e neutra, nem a Memória uma fonte absolutamente inconfiável para compreensão do passado, mas há uma tensão entre as duas. Os dois conceitos se comunicam, mas seus objetivos e as formas que se constroem são diferentes e, às vezes, conflitantes.

Entretanto, esse conflito é absolutamente necessário. A História não existe sem a Memória, sendo esta de suas principais matérias-primas; e a Memória está fadada a se apagar sem a História. O protagonista de "UNDER A STAR CALLED SUN" se encontra justamente no meio dessa encruzilhada, tentando desesperadamente imortalizar os resquícios de lembranças longínquas e tendo que se conformar com o fato de que elas, um dia, não serão nem Memória nem História.